segunda-feira, 2 de março de 2009

fogo

o chão que conta essa história
secou o ronco do trovão
e farto da vida inglória
abriu em fendas o grande sertão

são chagas de gente que sofre
que vive em meio a poeira
que arranca do solo mais fé que sustento
e dela se nutre a vida inteira

o chão rompe em desconsolo
lambendo de fogo o que já foi mar
e o vento sopra debochando
mais uma chuva pra longe de lá

3 comentários:

Wearin' them pants disse...

Que pusta calor.

Tenho muitas saudades, gatona. Apareça!! Vamos fazer um róque e encher a cara.

Dandalunda disse...

linda essa parte de arrancar mais fé do solo do que sustento... nunca tinha pensado assim, mas é verdade. adorei esse texto, paula, ta cada vez melhor isso aqui! beijoca

Cássio Rampinelli disse...

Nossa Paula, você arrasa na poesia também... bjão