ela costurava os botões na manta
eu remendava o esmalte vermelho
ela falava da avó que era Santa
eu maquiava o rosto do espelho
ele chegava manso e calado
com um jeito de quem não quer nada
nas mãos, o rosto cansado
sorria e observava.
ela assoprava o assobio prateado
eu abraçava o violão de madeira
ela lavava a dor com o flauteado
eu me deixava lavar por inteira
ele chegava manso e calado
com um jeito de quem não quer nada
nas mãos, o rosto molhado
sorria e só chorava.
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Um comentário:
lindo demais, paula, visualizei a cena com precisão... como é bom degustar os quitutes dos seus redemunhos... =)
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